segunda-feira, 24 de março de 2014

Dia de lama

As estradas perfuradas
Pulsam quando a chuva ácida escorre pelos seus caminhos
Não vejo mais nada
Ela não me vê mais

Meus deuses me abandonaram
O mal penetrou a pela dela novamente
Açúcar não é pó meu filho

Quantos dias se contam em lugares onde o sol não bate?
Ande como gado
Ande para o fim
Eles escoaram pelas minhas mãos

Lama é tudo o que eu toco
É tudo o que eu consigo tocar
Não existe um número suficiente de dias de luto
Mas a vingança maior é sofrer enquanto sorri

E então morrer se arrependendo
De um dia ter deixado as estradas esburacadas

Meu espaço

Temi a areia que envolvia a minha casca
Eu me senti um animal por muito tempo
Criatura indomável e livre
Mas com a água da liberdade se toma a pilula da insegurança

Já me senti assim antes
Como não sinto mais nada agora
Sua voz não vai me embebedar hoje
E seu cheiro é apenas uma leve brisa

Não há janela para abrir
Ninguém mais bate na minha porta
A garota de cabelos negros foi embora a muito tempo
72 erros e 7 vezes enganado

Meus pecados não me envergonham
E os seus pecados não me importam mais
Deixe me inspirar a fumaça deste cigarro imundo
E achar a paz nos meus pequenos momentos sujos