sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Sangue, suor e tempo

O que merecemos?
O que realmente é nosso?
Nosso suor e sangue compram dinheiro?
Ou o dinheiro compra nosso sangue e suor?
E quem compra o tempo?

Eu vi a flor que morreu
Inalei sua podridão e beijei seus espinhos
Meu ódio virou amor
Porem tudo o que amo está cheio de ódio

Aquilo que ganhei com suor quebrou
E o que meu sangue pagou foi roubado
Com o que poderei comprar minhas horas?
Quem pode financiar uma vida?
Quem fará um empréstimo a minha alma?

Não somos mais que consumidores estúpidos
Com saldos negativos e pensamentos positivos
Estamos positivamente estagnados
Quem vai me dizer o contrário?
Vocês não podem comprar o maldito tempo

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

(Sem titulo) - Uma poesia que achei perdida no meio das coisas que eu escrevo '-'

Eu vejo uma linha
Ela é azul
Não como o azul de uma caneta
Ou como os olhos de um bebê loiro
Este azul é ... outro

A linha se move discretamente
Ela dança como uma bela dama
Uma dama daquelas cujo eu nunca chamei pra dançar
Esta dama dança ao meu redor, se aproximando

Oh não
Eu não
Não eu, eu nunca
Nunca eu...
Nunca eu...

A linha me envolve
Ela aperta levemente meu pescoço
Eu salto
É agora
Meu último arrependimento

Estou livre.

Abrir a porta

Abri a porta de novo
Eu prometi que iria manter ela fechada
Me desculpe, eu menti

Abri a porta desesperadamente
Abri as janelas também
Eu não podia mais respirar
Eu não quero olhar pra fora

Ninguém bate tão forte na porta
Apenas aquela garota de cabelos negros
Ela sorri e põe as mãos pra trás
Ela me pergunta se eu posso abrir a porta

Eu não posso negar
Nunca posso negar
Aquela garota
Ela ainda me matará com essas portas abertas.

Azul



O azul lá fora sacia as criaturas carentes
Colocando as sob suas asas
E as mostrando um caminho pré-violado

O cinza aqui dentro me consome
Como um cigarro sendo tragado lentamente
A janela aberta não tras novos ventos
E nem ao menos leva embora este cheiro do passado que agora me enoja

Não odeio meu passado
Mas odeio sentir que estou empacado nele
Não me ponha uma coleira se não for me alimentar
E não me alimente sem doses de dor

Eu paro e olho o azul lá fora
Ele nunca vai me saciar
Até porque quando o cinza me consome
Eu me sinto azul

Lacuna vazia

Estou desesperado
Caído nesta lacuna vazia
Ode nada me faz tão bem quanto antes
O passado foi amargo
E o futuro se colore de cinza
Mas o agora é uma insatisfação

Esta bebida não é mais o suficiente
Sou eu o suficiente?
Este lugar não é mais o suficiente
Esta diversão, estas risadas
Não me satisfazem em nada
Não sou eu o suficiente?

Metáforas se perdem em lacunas vazias
Tornando ridículos os meus versos
E nem toda embriaguez do mundo
Me fará achar que eu sou o suficiente
Mas só por hoje, não ser o suficiente é bom
Dividirei meu espaço com a solidão
E juntos nós preencheremos esta lacuna vazia.

Desejo

Esse sou eu
Desejando você
Por completo, por inteiro
Cada pequena e delicada parte
Cada defeito e hostilidade também

Eu vejo os seus sonhos nos meus, buscando seus segredos
Eu corto linhas tortas e emendo elas entre mim e você
Joguei minha lamina fora
Só você pode cortar as linhas agora

Se quiser eu sou um pássaro
Voando sobre você
Posso ser também o pente que acaricia seus cabelos
Gostaria de ser o batom que gruda em seus lábios
Ou ao mínimo o espelho que te olha todo dia

Mas o que eu realmente gostaria de ser é seu remédio
E curar as feridas do seu coração doente

Paradoxo da dualidade

Estou preso pra sempre
Em um corpo que não conhecerá a eternidade
Como posso descobrir ao certo tudo o que quero
Se não terei a chance de satisfazer todos os meus desejos?

Não se engane com meus versos
A morte não me é uma companheira indesejada
A eternidade em si proporcionaria um tédio eterno em devido momento
Pois todas as chances se tornariam nenhuma

Quebre meu corpo
E queime meus ossos
Viver pra sempre me daria vontade de morrer

Eu vou preso nesse paradoxo ao túmulo
Para lugar algum e desejando ter ido a todos os lugares
Apenas uma vez
Provar tudo
E assim morrer em paz
Após estar plenamente satisfeito

Minha utopia nunca se realizará
Mas pensar nela me faz sorrir
Talvez as vezes lágrimas lavem meu rosto também
Espero poder contar com você querida morte
Me leve pra longe desta odiosa eternidade

Cacos de vidro

O que é ser inteiro?
Eu estava perdido
Quebrei meus princípios
Destruí minhas regras cinzas

Mas não doeu
Digo, não doeu o quanto eu pensava
Eu não sou um cara perfeito
Mas eu estou inteiro

Tudo aqui dentro
São cacos espalhados
Mas eles estão no seu devido lugar
Eles estão me completando

Porque eu sou exatamente isso
Um homem feito de cacos de vidro.

Olá.

Olá.

Este blog foi feito exclusivamente para que eu poste minhas poesias, espero que vocês gostem, e acompanhem, eu vou ser sério aqui, e talvez uma vez ou outra traga algo diferente pra não ficar no marasmo. Fiquem com uma poesia sem titulo pra iniciar o blog.


Onde jaz o meu antigo eu?
E o eu de duas horas atras?
Eu sei que morreram
Mas para onde foram?

Vivo pequenas vidas
Em pequenos momentos
E em mortes insignificantes
Serei eu salvo?

Estas vidas parciais
Compartilham o mesmo corpo
Alguns desejos
E todo um passado
Mas não serão uma só obra no fim de tudo

A cada pedaço de tempo sou um novo ser
E a cada novo ser, é um novo tempo
Serei eu vários 'eus'
E ao mesmo tempo serei um só

A cada respiração que poderia ser a última
A cada doença que pode me matar
A cada drink que me faz esquecer
Sou ninguém
E sou um alguém
O alguém de agora.